sexta-feira, 8 de julho de 2011

SUGESTÃO DE SITE

 
http://www.cincominutos.org/
Este site apresenta um programa que surgiu da necessidade de promover uma interlocução entre professores e alunos do Ensino Fundamental acerca dos valores humanos, na tentativa de possibilitar, mesmo que diminutamente, a formação de seres novos e renovados, contribuintes da construção de um mundo melhor com homens e mulheres mais conscientes do seu papel no planeta.
Por tudo isto, a utilização deste programa poderá vir a ser fator de enriquecimento para aqueles que estejam preocupados e comprometidos em escrever a história do cidadão do novo mundo.

Visitem!!!
Rosana Fonseca

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Formação de Valores - Uma entrevista com David Isaacs

Por Maite Armendáriz Azcárate
Em cada idade sua virtude
O fim da educação é a felicidade, embora às vezes nos esqueçamos disso, é o que diz o especialista mundial David Issacs, autor do livro "A educação das virtudes humanas". Sua obra mais conhecida é sem dúvida "A educação das virtudes humanas", que já está em sua 13ª edição. Somam-se a isso uma série de vídeos em que aborda este mesmo tema, fundamental na hora de educar para este homem casado, pai de sete filhos. David Isaacs dirigiu por cerca de uma década o Instituto de Ciências da Educação da Universidade de Navarra, Espanha, e durante outro tanto foi vice reitor. Na atualidade é professor da Organização e Gestão de Centros Educativos da faculdade de Filosofia e Letras dessa universidade, e é professor colaborador do Instituto de Ciências para a Família.
Por que o senhor está convencido da necessidade de se aprofundar e divulgar a educação das virtudes humanas?
Virtudes humanas são hábitos operativos bons. Por exemplo: a sinceridade, a solidariedade, a compreensão, a perseverança, a lealdade ou a responsabilidade. É possível pensar que, como conseqüência do processo educativo, os jovens devem ter aprendido a ser profissionais competentes, cidadãos responsáveis, amigos leais, membros responsáveis de uma família e - para os crentes - filhos responsáveis de Deus. Como pode uma pessoa ser um profissional competente sem ser ordeiro, responsável ou perseverante? E ser um cidadão responsável, sem ser honrado, solidário ou justo? Ser amigo leal sem ser sincero e compreensivo? Ou membro responsável de uma família, sem ser generoso e flexível? Seria raro encontrar um filho de Deus responsável que não tenha tentado desenvolver-se em virtudes humanas. Além disso, mediante o desenvolvimento das virtudes se alcança uma maior maturidade pessoal. E o resultado deste esforço é a autêntica felicidade. Parece que existem razões de sobra para insistir na importância das virtudes.
De que maneira e desde que idade se consegue educar primeiro em hábitos e logo conseguir que estes se tornem virtudes ou valores nas crianças e adolescentes?
As virtudes, sendo hábitos, começam a desenvolver-se desde que nasce a criança. Contudo, desenvolve-se uma virtude conforme a amplitude e a intensidade com que se a vive e também de acordo com a retitude dos motivos ao viver essa virtude. Portanto, de forma restrita, as crianças não podem desenvolver virtudes, como tal, até os sete ou oito anos, quando então chegam a ser consciente de seus atos. Em troca, antes, pode-se prepará-las para este momento insistindo no desenvolvimento de hábitos, ainda que as crianças não entendam muito bem o porque dos mesmos. Com as crianças pequenas temos que insistir muito em fazer - e que façam coisas -. Estas ações se traduzirão em hábitos. Paulatinamente, deve-se passar a exigir-lhes mais no pensar, para que pensem antes de tomar suas próprias decisões.
Escolas autônomas
Para um professor de química ou inglês, que deve ensinar um extenso programa num curso com 40 alunos, é possível educar os alunos também em valores?
Sim, porque se educa em primeiro lugar com o exemplo. O professor às vezes crê que não poderá educar os estudantes em virtudes porque ele é o primeiro a não vivê-las plenamente. Porém, não é o exemplo perfeito o que educa, mas o exemplo de luta para se superar, para tentar cumprir bem, é que será notado pelos alunos. E isto é o que lhes interessa, porque é atrativo. Se um professor vive sua profissão com alegria, cuidando das diferentes virtudes em sua vida, contagiará os alunos.
Isaacs lembra que um colégio não é unicamente a soma de várias salas de aula soltas.
Um centro educativo que quer promover o desenvolvimento das virtudes humanas também deverá pensar em ter algumas atividades onde os alunos possam ir descobrindo e conhecendo as virtudes intelectualmente. E fará falta, assim mesmo, um conjunto de atividades onde o aluno possa viver as virtudes com os demais.
Que elementos o senhor considera básicos para que se possa dirigir um colégio hoje em dia?
Entendo que a riqueza de um centro educativo está na soma dos estilos pessoais de seus membros, contanto que compartilhem os mesmos valores. Se não for assim, haveria anarquia. Para tanto, um bom diretor se ocupará principalmente de promover projetos de melhora e de atender as pessoas, com o fim de assegurar que cada colaborador tenha um plano personalizado de aperfeiçoamento. Lamentavelmente, este planejamento está distante de muitas das administrações educativas que acreditam que apenas basta regulamentar tudo ao máximo.
Em seguida David Isaacs recorda as palavras de Ruiz, um autor espanhol:
"Os mestres são obedientes. As autoridades educativas sempre tiveram conhecimento desta circunstância e a têm usado a seu favor até os limites do abuso". Atualmente, na Espanha, esse veículo é o chamado desenho curricular básico que, de fato, anula em grande parte a autonomia do professor. No Reino Unido cada colégio está obrigado a adotar um 'sistema de gerenciamento de desempenho', isto é, um sistema para medir a eficácia da gestão. Com o fim de desculpar a adoção dessa obrigação de duvidosa utilidade, escrevem-se livros que pretendem mostrar como se pode aproveitar positivamente essas imposições do momento.
Então, em resumo, o centro educativo não pode ser uma organização rígida?
Pelo contrário: sobre a base de uma organização básica, deve-se promover o desenvolvimento pessoal e intransferível de cada um de seus membros. Quanto menos se confia nos funcionários, nos professores e nos diretores dos colégios, mais trâmites burocráticos são criados e mais fiscalizações são introduzidas.
Família: amor incondicional
O senhor está convencido da necessidade de se "educar para o amor". De que maneira é necessário viver hoje, no interior dos lares, para se ter bons alunos em matéria de afeição?
Na família a pessoa pode e deve ser aceita pelo que é, por se única. Não tanto pelo que faz, mas sim pelo que é, pelo conjunto dos aspectos de sua intimidade. Hoje em dia os pais tendem a gastar seus esforços em conseguir que seus filhos aprendam a fazer mais coisas, aprendam mais idiomas, pratiquem mais esportes, desenvolvam diversos gostos, e se esquecem da necessidade de criar esse clima de aceitação incondicional onde cada pessoa pode expressar-se sabendo que não vai ser julgado ou rotulado. Amar, disse o filósofo alemão Josef Pieper, é dizer ao outro 'que bom que você existe'. Na família precisamos buscar o que há de positivo nos outros, e dizer-lhes o temos encontrado. Trata-se de ajudar cada um para que utilize o que possui da melhor maneira possível. Somente neste contexto é possível entender bem a idéia de uma educação sexual voltada para o amor.
Em seus livros o senhor também insiste na dinâmica da comunicação dentro do matrimônio?
Na vida, constantemente temos que tomar decisões. Se uma decisão foi a de casar-se, deve-se atuar coerentemente com isso. A prioridade para o homem casado deve ser a sua esposa e vice-versa. A seguir os filhos, e a seguir os demais É evidente que não se trata de ser simplista, mas a verdade é que muitas pessoas deixam de ser conscientes de suas prioridades devido à vida de ação frenética incessante que levam. A palavra 'comunicação' vem da palavra 'comunidade' que, por sua vez, vem de 'unidade'. Como podemos conseguir a unidade? Compartilhando valores. Como podemos manter a unidade? Comunicando-nos, fazendo coisas juntos e tendo projetos de futuro comuns.
Quanto influi a boa comunicação dos pais nos cuidados e na projeção dos filhos?
O exemplo dos pais é vital. De fato, na educação existem dois princípios que tem vigência sempre: A exemplariedade e a personalização. Os educadores temos que dar o exemplo lutando sempre para melhorarmos como pessoas e, por sua vez, tratar cada filho ou cada aluno como sendo uma pessoa única, irrepetível.

VALORES MORAIS E EDUCAÇÃO

Nos últimos tempos, o interesse de muitos educadores, pais e até alguns alunos pela vivência de valores humanos no âmbito escolar vem crescendo, isso porque a escola e toda a comunidade escolar sofre com o enorme desinteresse dos alunos em relação à maior parte das disciplinas, aos valores e à própria educação. Esse fato que vem causando evasão, repetição das séries, violência dentro das escolas, desrespeito, etc.
Cada vez mais, o comportamento desses estudantes tem sido, em uma proporção preocupante, anti-ético, indisciplinado e, algumas vezes, até deturpador. Nesse sentido, nossas escolas parecem ter se transformado em ambientes que causam estresse, medo, apatia e desinteresse, reproduzindo a cultura da violência, do desrespeito e da falta de solidariedade, reflexo da sociedade na qual vivemos, onde a falta de valores está presente nas ruas, nos lares, na mídia, etc. Em todos os lugares que olhamos, escutamos e observamos não é raro percebermos palavras e cenas que expressam o desrespeito, a agressividade, a competitividade, a intolerância, etc.
Tal comportamento é trazido para as salas de aula onde, frequentemente os professores deparam-se com situações tensas, cenas agressivas e comportamentos violentos que os levam, a se sentir impotentes. É comum também que a sociedade cobre desse profissional um papel que é da família e da sociedade como um todo: a formação ética de crianças, adolescentes e jovens. É muito fácil colocar a responsabilidade da educação sobre os ombros dos educadores e da escola enquanto se dá um exemplo diferente. Precisamos de uma cultura onde o cuidar, a cooperação, a responsabilidade e o amor sirvam de balizas para a valorização do ser humano, estimulando questões mais relevantes como aprender a ser, a viver, a dividir, a comunicar, a comungar como seres humanos que partilham a vida no mesmo planeta, e não como diferentes.
Esse apelo pelos valores não é um desejo apenas da comunidade escolar, mas de toda a sociedade. Devemos agradecer o número crescente de educadores que vêm implementando experiências com educação baseada em valores. O aluno precisa reconhecer seus valores pessoais, culturais e espirituais, formar seus juízos de valores e exercitar a liberdade de discernimento, sentimento e imaginação, desenvolver seus talentos e ser senhor do seu destino. Da mesma forma, ele deve aprender a conviver e perceber as interdependências que caracterizam as relações do mundo atual. Essa consciência é essencial para o convívio harmonioso. Viver essas premissas no âmbito da educação e da sociedade significa uma resposta aos nossos apelos individuais e coletivos, instituindo a sociedade justa e pacífica com que ansiamos.
Por Sheila Malafaia

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A formação que a criança recebe quando pequena influencia seu comportamento no futuro? Veja nesta matéria do programa TVENDO E APRENDENDO da REDE APARECIDA.
http://www.youtube.com/watch?v=jUHjQdXzGlk

domingo, 3 de julho de 2011

MENINOS-BOLHAS

Uma juventude sem ética
Gazeta do Povo - Publicado em 30/03/2009
João Malheiro

Cada vez mais, nos dias que correm, pais e educadores de jovens e adolescentes se deparam com um problema muito sério nessa passagem difícil da adolescência para a idade adulta: a grande indiferença para o aprendizado moral e para a vivência ética das virtudes.
De fato, observa-se que são muitos os jovens que passam, como ensinava Piaget, dessa fase da heteronomia moral - fase de viver o que lhe mandam - para a fase da autonomia ética de forma bastante indiferente e desinteressada, como se suas escolhas não determinassem, em parte, sua felicidade e seu futuro. A resposta para este fenômeno parece estar não só na desvalorização e/ou incapacidade familiar e escolar para a educação ética/moral, mas também no atraso dessa passagem que a própria família e a sociedade de consumo estão provocando, mais ou menos inconscientemente.
Infelizmente, como diz Tony Anatrella, renomado psicanalista francês, uma das maiores contradições de nossa sociedade ocidental consiste em fazer crescer a juventude muito rapidamente, facilitando-lhe várias experiências precoces, muitas delas nocivas, e, ao mesmo tempo, animá-la a permanecer adolescente o maior tempo possível, com as facilidades de uma vida cômoda e sem dificuldades. Aprofundemos no fenômeno.
Desde a mais tenra idade, tanto os pais como as empresas de consumo, com seus poderosos veículos de comunicação de massa, ambos com intenções muitas vezes duvidosas e pouco éticas, procuram satisfazer as crianças com todos os equipamentos de diversão e comunicação, de forma que os "convençam" que ficarem em casa, no seu quartinho, como numa autêntica "bolha protetora de micróbios", é a forma de serem e viverem mais felizes e seguras, depois da escola. Constroem para eles uma autêntica "bolha material", onde há pouco espaço para o diálogo educativo e para as amizades verdadeiras. Como aponta Tânia Zaguri, sentimentos de culpa pela ausência e omissão dos pais, que têm que trabalhar, são muitas vezes os motivadores para esses excessos.
Quando chegam à idade de desenvolver mais suas capacidades e habilidades intelectuais, as famílias as "entopem" de cursos e esportes extraescolares, com a ilusão de que assim conseguirão maior realização profissional futura. Entretanto, como com a "bolha material" só conseguiram desenvolver uma ou duas amizades reais - virtuais muitas! - as crianças, ao sair de casa para esses inúmeros cursos, sentem dificuldade no relacionamento e muita insegurança. Como solução, muitas são como que obrigadas a transportar de forma inconsciente essa bolha material invisível para se refugiar: celulares com os seus derivativos, mp4 player, livros... Tendo dificuldade para se comunicar e descobrir um "outro tu", reforçam a bolha material criando uma nova camada que poderíamos chamar de "bolha psicológica", que as cegam para qualquer interesse que não seja individual.
Por fim, se tiveram a sorte de conseguir ingressar na vida universitária, onde existe habitualmente uma explosão intelectual, um aumento do conhecimento e uma liberdade falsamente ilimitada, os jovens que não aprenderam o certo e errado, sentem necessidade de criar uma ética própria para satisfazer suas inseguranças ou justificar suas ações, muitas vezes erradas, que tranquilize suas consciências. Criam uma terceira camada da bolha, chamada "bolha filosófica". As tragédias nesta fase, que quase sempre são de tentativa e erro, costumam ser frequentes e deixam marcas para o resto da vida.
Esta tríplice camada que envolve os "meninos-bolha" é a que produz depois uma enorme força-resultante centrípeta egocêntrica que os leva a realizar somente aquilo que alimenta um eu voraz de prazer sem lógica e sem limites, gerando, consequentemente, um subjetivismo irracional, uma ética sem fundamentos sólidos e, ao final, um coração embolhado, isto é, vazio de amor: não conseguem entender a linguagem do amor e da amizade verdadeiros. Estes "meninos-bolhas" não conseguem, na prática, transcender e valorizar a ética, porque ela só se busca quando se tem um porto a chegar, um ideal de perfeição a se alcançar.
A forma de se abrir para uma educação ética é esperar que a própria vida, com suas vicissitudes e tragédias dolorosas, se encarregue de furar a bolha, acordando-os para uma realidade que não conhecem. Outra forma mais prazerosa e inteligente, é aquela em que um amigo(a) os ajude não só a repensar a própria vida moral, mas também a descobrir que é a própria dinâmica e vivência das virtudes da temperança, fortaleza, justiça e prudência, nessa ordem, que evitará que essas bolhas e camadas se formem.
João Malheiro é doutor em Educação e integra o grupo de
 Pesquisa de Ética na Educação, da UFRJ.
     Não é muito fácil educar valores, até mesmo porque nos tempos em que agora se vive essa palavra assumiu um jeito arcaico, uma prática desusada. Não são poucos os que fazem brincadeiras e anedotas com as virtudes humanas, e são muitos os que associam a idéia de “valor” à de “preço”, a conquista dessa qualidade ao consumismo insensível de mais se ter.
    Não podemos educar para algo, se não nos é claro que algo é esse. Trabalhar valores em sala de aula é essencial, mas de igual importância é classificar quais valores se busca trabalhar.
( Antunes, Celso – Trabalhando Valores e Atitudes nas Séries Iniciais – Pg.11 e 15/16)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Escola: Inversão de Valores

  Fora a violência de alunos contra professores, a violência de alunos contra alunos (bullyng), as relaliações de alunos contra entidades de ensino, temos atualmente uma excessiva proteção dos pais, ao ponto de termos diversos exemplos de pessoas públicas, políticos, empresários e tantos outros casos relatados na mídia. Mas, em especial, tente refletir sobre a imagem abaixo: