Nos últimos tempos, o interesse de muitos educadores, pais e até alguns alunos pela vivência de valores humanos no âmbito escolar vem crescendo, isso porque a escola e toda a comunidade escolar sofre com o enorme desinteresse dos alunos em relação à maior parte das disciplinas, aos valores e à própria educação. Esse fato que vem causando evasão, repetição das séries, violência dentro das escolas, desrespeito, etc.
Cada vez mais, o comportamento desses estudantes tem sido, em uma proporção preocupante, anti-ético, indisciplinado e, algumas vezes, até deturpador. Nesse sentido, nossas escolas parecem ter se transformado em ambientes que causam estresse, medo, apatia e desinteresse, reproduzindo a cultura da violência, do desrespeito e da falta de solidariedade, reflexo da sociedade na qual vivemos, onde a falta de valores está presente nas ruas, nos lares, na mídia, etc. Em todos os lugares que olhamos, escutamos e observamos não é raro percebermos palavras e cenas que expressam o desrespeito, a agressividade, a competitividade, a intolerância, etc.
Tal comportamento é trazido para as salas de aula onde, frequentemente os professores deparam-se com situações tensas, cenas agressivas e comportamentos violentos que os levam, a se sentir impotentes. É comum também que a sociedade cobre desse profissional um papel que é da família e da sociedade como um todo: a formação ética de crianças, adolescentes e jovens. É muito fácil colocar a responsabilidade da educação sobre os ombros dos educadores e da escola enquanto se dá um exemplo diferente. Precisamos de uma cultura onde o cuidar, a cooperação, a responsabilidade e o amor sirvam de balizas para a valorização do ser humano, estimulando questões mais relevantes como aprender a ser, a viver, a dividir, a comunicar, a comungar como seres humanos que partilham a vida no mesmo planeta, e não como diferentes.
Esse apelo pelos valores não é um desejo apenas da comunidade escolar, mas de toda a sociedade. Devemos agradecer o número crescente de educadores que vêm implementando experiências com educação baseada em valores. O aluno precisa reconhecer seus valores pessoais, culturais e espirituais, formar seus juízos de valores e exercitar a liberdade de discernimento, sentimento e imaginação, desenvolver seus talentos e ser senhor do seu destino. Da mesma forma, ele deve aprender a conviver e perceber as interdependências que caracterizam as relações do mundo atual. Essa consciência é essencial para o convívio harmonioso. Viver essas premissas no âmbito da educação e da sociedade significa uma resposta aos nossos apelos individuais e coletivos, instituindo a sociedade justa e pacífica com que ansiamos.
Por Sheila Malafaia
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