sexta-feira, 8 de julho de 2011

SUGESTÃO DE SITE

 
http://www.cincominutos.org/
Este site apresenta um programa que surgiu da necessidade de promover uma interlocução entre professores e alunos do Ensino Fundamental acerca dos valores humanos, na tentativa de possibilitar, mesmo que diminutamente, a formação de seres novos e renovados, contribuintes da construção de um mundo melhor com homens e mulheres mais conscientes do seu papel no planeta.
Por tudo isto, a utilização deste programa poderá vir a ser fator de enriquecimento para aqueles que estejam preocupados e comprometidos em escrever a história do cidadão do novo mundo.

Visitem!!!
Rosana Fonseca

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Formação de Valores - Uma entrevista com David Isaacs

Por Maite Armendáriz Azcárate
Em cada idade sua virtude
O fim da educação é a felicidade, embora às vezes nos esqueçamos disso, é o que diz o especialista mundial David Issacs, autor do livro "A educação das virtudes humanas". Sua obra mais conhecida é sem dúvida "A educação das virtudes humanas", que já está em sua 13ª edição. Somam-se a isso uma série de vídeos em que aborda este mesmo tema, fundamental na hora de educar para este homem casado, pai de sete filhos. David Isaacs dirigiu por cerca de uma década o Instituto de Ciências da Educação da Universidade de Navarra, Espanha, e durante outro tanto foi vice reitor. Na atualidade é professor da Organização e Gestão de Centros Educativos da faculdade de Filosofia e Letras dessa universidade, e é professor colaborador do Instituto de Ciências para a Família.
Por que o senhor está convencido da necessidade de se aprofundar e divulgar a educação das virtudes humanas?
Virtudes humanas são hábitos operativos bons. Por exemplo: a sinceridade, a solidariedade, a compreensão, a perseverança, a lealdade ou a responsabilidade. É possível pensar que, como conseqüência do processo educativo, os jovens devem ter aprendido a ser profissionais competentes, cidadãos responsáveis, amigos leais, membros responsáveis de uma família e - para os crentes - filhos responsáveis de Deus. Como pode uma pessoa ser um profissional competente sem ser ordeiro, responsável ou perseverante? E ser um cidadão responsável, sem ser honrado, solidário ou justo? Ser amigo leal sem ser sincero e compreensivo? Ou membro responsável de uma família, sem ser generoso e flexível? Seria raro encontrar um filho de Deus responsável que não tenha tentado desenvolver-se em virtudes humanas. Além disso, mediante o desenvolvimento das virtudes se alcança uma maior maturidade pessoal. E o resultado deste esforço é a autêntica felicidade. Parece que existem razões de sobra para insistir na importância das virtudes.
De que maneira e desde que idade se consegue educar primeiro em hábitos e logo conseguir que estes se tornem virtudes ou valores nas crianças e adolescentes?
As virtudes, sendo hábitos, começam a desenvolver-se desde que nasce a criança. Contudo, desenvolve-se uma virtude conforme a amplitude e a intensidade com que se a vive e também de acordo com a retitude dos motivos ao viver essa virtude. Portanto, de forma restrita, as crianças não podem desenvolver virtudes, como tal, até os sete ou oito anos, quando então chegam a ser consciente de seus atos. Em troca, antes, pode-se prepará-las para este momento insistindo no desenvolvimento de hábitos, ainda que as crianças não entendam muito bem o porque dos mesmos. Com as crianças pequenas temos que insistir muito em fazer - e que façam coisas -. Estas ações se traduzirão em hábitos. Paulatinamente, deve-se passar a exigir-lhes mais no pensar, para que pensem antes de tomar suas próprias decisões.
Escolas autônomas
Para um professor de química ou inglês, que deve ensinar um extenso programa num curso com 40 alunos, é possível educar os alunos também em valores?
Sim, porque se educa em primeiro lugar com o exemplo. O professor às vezes crê que não poderá educar os estudantes em virtudes porque ele é o primeiro a não vivê-las plenamente. Porém, não é o exemplo perfeito o que educa, mas o exemplo de luta para se superar, para tentar cumprir bem, é que será notado pelos alunos. E isto é o que lhes interessa, porque é atrativo. Se um professor vive sua profissão com alegria, cuidando das diferentes virtudes em sua vida, contagiará os alunos.
Isaacs lembra que um colégio não é unicamente a soma de várias salas de aula soltas.
Um centro educativo que quer promover o desenvolvimento das virtudes humanas também deverá pensar em ter algumas atividades onde os alunos possam ir descobrindo e conhecendo as virtudes intelectualmente. E fará falta, assim mesmo, um conjunto de atividades onde o aluno possa viver as virtudes com os demais.
Que elementos o senhor considera básicos para que se possa dirigir um colégio hoje em dia?
Entendo que a riqueza de um centro educativo está na soma dos estilos pessoais de seus membros, contanto que compartilhem os mesmos valores. Se não for assim, haveria anarquia. Para tanto, um bom diretor se ocupará principalmente de promover projetos de melhora e de atender as pessoas, com o fim de assegurar que cada colaborador tenha um plano personalizado de aperfeiçoamento. Lamentavelmente, este planejamento está distante de muitas das administrações educativas que acreditam que apenas basta regulamentar tudo ao máximo.
Em seguida David Isaacs recorda as palavras de Ruiz, um autor espanhol:
"Os mestres são obedientes. As autoridades educativas sempre tiveram conhecimento desta circunstância e a têm usado a seu favor até os limites do abuso". Atualmente, na Espanha, esse veículo é o chamado desenho curricular básico que, de fato, anula em grande parte a autonomia do professor. No Reino Unido cada colégio está obrigado a adotar um 'sistema de gerenciamento de desempenho', isto é, um sistema para medir a eficácia da gestão. Com o fim de desculpar a adoção dessa obrigação de duvidosa utilidade, escrevem-se livros que pretendem mostrar como se pode aproveitar positivamente essas imposições do momento.
Então, em resumo, o centro educativo não pode ser uma organização rígida?
Pelo contrário: sobre a base de uma organização básica, deve-se promover o desenvolvimento pessoal e intransferível de cada um de seus membros. Quanto menos se confia nos funcionários, nos professores e nos diretores dos colégios, mais trâmites burocráticos são criados e mais fiscalizações são introduzidas.
Família: amor incondicional
O senhor está convencido da necessidade de se "educar para o amor". De que maneira é necessário viver hoje, no interior dos lares, para se ter bons alunos em matéria de afeição?
Na família a pessoa pode e deve ser aceita pelo que é, por se única. Não tanto pelo que faz, mas sim pelo que é, pelo conjunto dos aspectos de sua intimidade. Hoje em dia os pais tendem a gastar seus esforços em conseguir que seus filhos aprendam a fazer mais coisas, aprendam mais idiomas, pratiquem mais esportes, desenvolvam diversos gostos, e se esquecem da necessidade de criar esse clima de aceitação incondicional onde cada pessoa pode expressar-se sabendo que não vai ser julgado ou rotulado. Amar, disse o filósofo alemão Josef Pieper, é dizer ao outro 'que bom que você existe'. Na família precisamos buscar o que há de positivo nos outros, e dizer-lhes o temos encontrado. Trata-se de ajudar cada um para que utilize o que possui da melhor maneira possível. Somente neste contexto é possível entender bem a idéia de uma educação sexual voltada para o amor.
Em seus livros o senhor também insiste na dinâmica da comunicação dentro do matrimônio?
Na vida, constantemente temos que tomar decisões. Se uma decisão foi a de casar-se, deve-se atuar coerentemente com isso. A prioridade para o homem casado deve ser a sua esposa e vice-versa. A seguir os filhos, e a seguir os demais É evidente que não se trata de ser simplista, mas a verdade é que muitas pessoas deixam de ser conscientes de suas prioridades devido à vida de ação frenética incessante que levam. A palavra 'comunicação' vem da palavra 'comunidade' que, por sua vez, vem de 'unidade'. Como podemos conseguir a unidade? Compartilhando valores. Como podemos manter a unidade? Comunicando-nos, fazendo coisas juntos e tendo projetos de futuro comuns.
Quanto influi a boa comunicação dos pais nos cuidados e na projeção dos filhos?
O exemplo dos pais é vital. De fato, na educação existem dois princípios que tem vigência sempre: A exemplariedade e a personalização. Os educadores temos que dar o exemplo lutando sempre para melhorarmos como pessoas e, por sua vez, tratar cada filho ou cada aluno como sendo uma pessoa única, irrepetível.

VALORES MORAIS E EDUCAÇÃO

Nos últimos tempos, o interesse de muitos educadores, pais e até alguns alunos pela vivência de valores humanos no âmbito escolar vem crescendo, isso porque a escola e toda a comunidade escolar sofre com o enorme desinteresse dos alunos em relação à maior parte das disciplinas, aos valores e à própria educação. Esse fato que vem causando evasão, repetição das séries, violência dentro das escolas, desrespeito, etc.
Cada vez mais, o comportamento desses estudantes tem sido, em uma proporção preocupante, anti-ético, indisciplinado e, algumas vezes, até deturpador. Nesse sentido, nossas escolas parecem ter se transformado em ambientes que causam estresse, medo, apatia e desinteresse, reproduzindo a cultura da violência, do desrespeito e da falta de solidariedade, reflexo da sociedade na qual vivemos, onde a falta de valores está presente nas ruas, nos lares, na mídia, etc. Em todos os lugares que olhamos, escutamos e observamos não é raro percebermos palavras e cenas que expressam o desrespeito, a agressividade, a competitividade, a intolerância, etc.
Tal comportamento é trazido para as salas de aula onde, frequentemente os professores deparam-se com situações tensas, cenas agressivas e comportamentos violentos que os levam, a se sentir impotentes. É comum também que a sociedade cobre desse profissional um papel que é da família e da sociedade como um todo: a formação ética de crianças, adolescentes e jovens. É muito fácil colocar a responsabilidade da educação sobre os ombros dos educadores e da escola enquanto se dá um exemplo diferente. Precisamos de uma cultura onde o cuidar, a cooperação, a responsabilidade e o amor sirvam de balizas para a valorização do ser humano, estimulando questões mais relevantes como aprender a ser, a viver, a dividir, a comunicar, a comungar como seres humanos que partilham a vida no mesmo planeta, e não como diferentes.
Esse apelo pelos valores não é um desejo apenas da comunidade escolar, mas de toda a sociedade. Devemos agradecer o número crescente de educadores que vêm implementando experiências com educação baseada em valores. O aluno precisa reconhecer seus valores pessoais, culturais e espirituais, formar seus juízos de valores e exercitar a liberdade de discernimento, sentimento e imaginação, desenvolver seus talentos e ser senhor do seu destino. Da mesma forma, ele deve aprender a conviver e perceber as interdependências que caracterizam as relações do mundo atual. Essa consciência é essencial para o convívio harmonioso. Viver essas premissas no âmbito da educação e da sociedade significa uma resposta aos nossos apelos individuais e coletivos, instituindo a sociedade justa e pacífica com que ansiamos.
Por Sheila Malafaia

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A formação que a criança recebe quando pequena influencia seu comportamento no futuro? Veja nesta matéria do programa TVENDO E APRENDENDO da REDE APARECIDA.
http://www.youtube.com/watch?v=jUHjQdXzGlk

domingo, 3 de julho de 2011

MENINOS-BOLHAS

Uma juventude sem ética
Gazeta do Povo - Publicado em 30/03/2009
João Malheiro

Cada vez mais, nos dias que correm, pais e educadores de jovens e adolescentes se deparam com um problema muito sério nessa passagem difícil da adolescência para a idade adulta: a grande indiferença para o aprendizado moral e para a vivência ética das virtudes.
De fato, observa-se que são muitos os jovens que passam, como ensinava Piaget, dessa fase da heteronomia moral - fase de viver o que lhe mandam - para a fase da autonomia ética de forma bastante indiferente e desinteressada, como se suas escolhas não determinassem, em parte, sua felicidade e seu futuro. A resposta para este fenômeno parece estar não só na desvalorização e/ou incapacidade familiar e escolar para a educação ética/moral, mas também no atraso dessa passagem que a própria família e a sociedade de consumo estão provocando, mais ou menos inconscientemente.
Infelizmente, como diz Tony Anatrella, renomado psicanalista francês, uma das maiores contradições de nossa sociedade ocidental consiste em fazer crescer a juventude muito rapidamente, facilitando-lhe várias experiências precoces, muitas delas nocivas, e, ao mesmo tempo, animá-la a permanecer adolescente o maior tempo possível, com as facilidades de uma vida cômoda e sem dificuldades. Aprofundemos no fenômeno.
Desde a mais tenra idade, tanto os pais como as empresas de consumo, com seus poderosos veículos de comunicação de massa, ambos com intenções muitas vezes duvidosas e pouco éticas, procuram satisfazer as crianças com todos os equipamentos de diversão e comunicação, de forma que os "convençam" que ficarem em casa, no seu quartinho, como numa autêntica "bolha protetora de micróbios", é a forma de serem e viverem mais felizes e seguras, depois da escola. Constroem para eles uma autêntica "bolha material", onde há pouco espaço para o diálogo educativo e para as amizades verdadeiras. Como aponta Tânia Zaguri, sentimentos de culpa pela ausência e omissão dos pais, que têm que trabalhar, são muitas vezes os motivadores para esses excessos.
Quando chegam à idade de desenvolver mais suas capacidades e habilidades intelectuais, as famílias as "entopem" de cursos e esportes extraescolares, com a ilusão de que assim conseguirão maior realização profissional futura. Entretanto, como com a "bolha material" só conseguiram desenvolver uma ou duas amizades reais - virtuais muitas! - as crianças, ao sair de casa para esses inúmeros cursos, sentem dificuldade no relacionamento e muita insegurança. Como solução, muitas são como que obrigadas a transportar de forma inconsciente essa bolha material invisível para se refugiar: celulares com os seus derivativos, mp4 player, livros... Tendo dificuldade para se comunicar e descobrir um "outro tu", reforçam a bolha material criando uma nova camada que poderíamos chamar de "bolha psicológica", que as cegam para qualquer interesse que não seja individual.
Por fim, se tiveram a sorte de conseguir ingressar na vida universitária, onde existe habitualmente uma explosão intelectual, um aumento do conhecimento e uma liberdade falsamente ilimitada, os jovens que não aprenderam o certo e errado, sentem necessidade de criar uma ética própria para satisfazer suas inseguranças ou justificar suas ações, muitas vezes erradas, que tranquilize suas consciências. Criam uma terceira camada da bolha, chamada "bolha filosófica". As tragédias nesta fase, que quase sempre são de tentativa e erro, costumam ser frequentes e deixam marcas para o resto da vida.
Esta tríplice camada que envolve os "meninos-bolha" é a que produz depois uma enorme força-resultante centrípeta egocêntrica que os leva a realizar somente aquilo que alimenta um eu voraz de prazer sem lógica e sem limites, gerando, consequentemente, um subjetivismo irracional, uma ética sem fundamentos sólidos e, ao final, um coração embolhado, isto é, vazio de amor: não conseguem entender a linguagem do amor e da amizade verdadeiros. Estes "meninos-bolhas" não conseguem, na prática, transcender e valorizar a ética, porque ela só se busca quando se tem um porto a chegar, um ideal de perfeição a se alcançar.
A forma de se abrir para uma educação ética é esperar que a própria vida, com suas vicissitudes e tragédias dolorosas, se encarregue de furar a bolha, acordando-os para uma realidade que não conhecem. Outra forma mais prazerosa e inteligente, é aquela em que um amigo(a) os ajude não só a repensar a própria vida moral, mas também a descobrir que é a própria dinâmica e vivência das virtudes da temperança, fortaleza, justiça e prudência, nessa ordem, que evitará que essas bolhas e camadas se formem.
João Malheiro é doutor em Educação e integra o grupo de
 Pesquisa de Ética na Educação, da UFRJ.
     Não é muito fácil educar valores, até mesmo porque nos tempos em que agora se vive essa palavra assumiu um jeito arcaico, uma prática desusada. Não são poucos os que fazem brincadeiras e anedotas com as virtudes humanas, e são muitos os que associam a idéia de “valor” à de “preço”, a conquista dessa qualidade ao consumismo insensível de mais se ter.
    Não podemos educar para algo, se não nos é claro que algo é esse. Trabalhar valores em sala de aula é essencial, mas de igual importância é classificar quais valores se busca trabalhar.
( Antunes, Celso – Trabalhando Valores e Atitudes nas Séries Iniciais – Pg.11 e 15/16)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Escola: Inversão de Valores

  Fora a violência de alunos contra professores, a violência de alunos contra alunos (bullyng), as relaliações de alunos contra entidades de ensino, temos atualmente uma excessiva proteção dos pais, ao ponto de termos diversos exemplos de pessoas públicas, políticos, empresários e tantos outros casos relatados na mídia. Mas, em especial, tente refletir sobre a imagem abaixo:

                                     
 

O clamor por valores

  Um clamor por valores está, atualmente, ecoando por toda a Terra à medida que educadores, pais e crianças estão cada vez mais preocupados e afetados pela violência, por problemas sociais, falta de respeito mútuo em todo o mundo. Os educadores estão, portanto, cada vez mais sendo solicitados a abordar problemas que surgem dentro de suas comunidades. “Ao confrontar-se com os muitos desafios que o futuro reserva, a humanidade vê na educação um auxiliar indispensável em sua tentativa de atingir os ideais de paz, liberdade e justiça social.” A educação tem um papel fundamental a desempenhar no desenvolvimento pessoal e social. A educação não é a cura milagrosa ou uma fórmula mágica abrindo as portas para um mundo no qual ideais serão atingidos, mas um dos principais meios disponíveis para promover uma forma mais profunda e mais harmoniosa de desenvolvimento humano e assim reduzir a pobreza, a discriminação, a ignorância, a opressão e a guerra”.

                                                                                                     Jorge Galdino 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Referência positiva

“O perigo maior para um jovem não são as drogas: é sim não crer no futuro e na sociedade. A falta de esperança, essa sim, é que pode levar à depressão, ao individualismo, ao consumismo, a exacerbação, ao suicídio, a marginalidade e as drogas. Já a convicção num
caminho produtivo a ser trilhado faz com que os jovens estudem e realizem. Para ter essa
confiança, precisam conviver com pessoas que além de seguir esse modelo, não se deixam
abalar pelas notícias negativas veiculada pela mídia.”
                                                    (T. Zagury, Artigo: Revista Cláudia 2001)

Criança vê, criança faz!

O nascimento do tema

O presente trabalho teve sua origem a partir da realização da disciplina Seminário 4 quanto tivemos a necessidade de escolher um tema para desenvolver um projeto. Diante de tantos temas a serem explorados optamos por trabalhar um assunto que esta sendo explorado e comentado bastante atualmente: a violência escolar. Mas optamos por buscar a origem desta violência escolar e, depois de muito debatermos percebos que esta violência se origina a partir da ausência de valores que os alunos trazem de casa,  estamos falando de valores como respeito e amor ao próximo. De que forma a escola pode contribuir para resgatar esses valores  reduzir a violência escolar??? 
                                                                                                                                        Jorge Galdino 

Desenvolvendo o trabalho

No desenvolvimento do projeto foi realizada uma pesquisa de campo junto a professores, alunos e pais e/ou responsáveis a fim de conhecer a opinião desses segmentos quanto a questão dos valores atualmente, seja na escola, na família ou na sociedade.
Para a Pesquisa de campo foi feito um questionário que pode ser visualizado abaixo:


Perguntas para professores:
- Quais os valores que você presencia hoje em sua sala de aula?
- Você acha que os valores foram deixados de lado atualmente e perderam seus significados?
- É possível trabalhar o resgate de valores em sala de aula?
- Você já presenciou alguma situação de violência em sala de aula ou na escola onde trabalha? Qual?

Perguntas para os alunos:
- Qual a sua opinião quanto ao relacionamento dos alunos de sua turma?
- Quais valores você acha que estão presentes entre os alunos da turma?
- Como você definiria a sua turma em geral?
- Você já presenciou alguma situação de violência em sala de aula ou na escola onde estuda? Qual?

Perguntas para os pais e/ou responsáveis:
- Qual sua opinião sobre o comportamento dos estudantes hoje em dia?
- Quais valores você acha que estão faltando no relacionamento entre as pessoas?
- Você acha que existe um fator ou segmento da sociedade com uma parcela maior de culpa pela perda de certos valores atualmente?
- Você já presenciou alguma situação de violência no bairro onde mora? qual?

Essas perguntas foram respondidas por 5 professores, 5 alunos e 5 responsaveis.Entretanto, não foi solicitado que a pessoa se identificasse para responder ao questionário. Segue as respostas obtidas:

Algumas das respostas que recebemos:

Professores:
 - Hoje é dificil para o professor conseguir o respeito dos alunos, nas salas de aula o que vemos é um descaso por grande parte dos alunos no sentido de querer aprender, no meu caso, que trabalho com o 2º segmento do Ensino fundamental percebo que quando se fala de valores, eles logo ligam a palavra a questão de valor financeiro, de valor de alguma coisa, os sentimentos, a moral, a ética estão passando longe.

- Como já mencionei acredito sim que os valores perderam seus significados sendo substituído pela lei de quem leva a melhor vantagem.


- Sobretudo nos dias atuais, trabalhar valores é imprescindível, difícil não é trabalhar, mas sim saber como trabalhar, saber quais valores são mais adequados para se trabalhar com determinado grupo, de que forma vão reagir a situações pelas quais não estão acostumados, essa é a dificuldade.

- Sim, não só uma vez, mas várias, geralmente de brigas entre os alunos, às vezes começa com uma discussão e parte para a agressão física, outras, quando você percebe já estão se agredindo.

Alunos:
 - Foram ouvidos alunos de escola pública.

Quanto ao relacionamento da turma a unanimidade apresentou a situação de grupos formados: por exemplo, "o grupo dos que tiram nota boa", " o grupo da bagunça", outros que não ´pertencem a grupo nenhum', pois ou "não estão nem aí" ou são "na deles". Percebemos assim que as turmas não se apresentam como um todo, não existe união entre os alunos eles se protegem, mas cada qual com seu grupo.
Quanto aos valores presentes foram citados: amizade em primeiro lugar, seguidos de "união" e,  ninguém tá nem aí...
A maioria dos alunos entrevistados classificou a turma como indisciplinada, bagunceira ou a "pior turma da escola"
Todos os alunos ouvidos responderam que já presenciaram uma situação de violência na escola, desde empurrões até brigas mais sérias envolvendo algum tipo de artefado como arma, alicate de unhas, estiletes, foram citados.


Os responsáveis ouvidos apresentaram respostas muito parecidas às perguntas apresentadas:
Todos já presenciaram algum tipo de violência no bairro onde moram, inclusive com assassinatos, concordam que não existe mais respeito, tanto por parte dos adolescentes para com mais velhos como por parte dos adultos entre eles mesmos.  Alguma parcela de culpa foi atribuída à escola que não prepara "direito" os alunos, outra aos pais que estão ausentes por motivos diversos, mas a maioria acredita que a culpa maior é dos governantes e o descaso que têm com a população.

Diante das respostas apresentadas percebemos que a sociedadade hoje reconhece que os valores morais foram se perdendo ao longo do tempo, pois nem sempre foi como agora, antigamente, os valores humanos eram difundidos por todos, e até mesmo em seu nome a Revolução Francesa(Séc XVIII), se inspirou. Essa desmoralização atual dos valores talvez tenha ocorrido pela desconfiança devido a banalização por sua insistente pregação. além disso, o crescente desenvolvimento urbano assossiado a novos conceitos de exploração capitalista exaltaram o individualismo e omitiram valores ligados à cooperação, união e solidariedade. Mas se houve um tempo de exaltação e uma fase de desgaste pelo excesso descontrolado, agora se percebe que é chegada a hora de trazer de volta essa discussão e sua pratica no lar e na escola, chegou a hora de resgatar os valores. A necessidade de resgatar esse valores é eminente, entretanto não se pode ensinar valores como se ensina os conteúdos pré determinados nos planejamentos escolares, valores se ensinam quando se despertam sentimentos, se estimulam pensamentos, com reflexões provocadas no dia a dia de uma prática docente, não se pode somente falar e enaltecer os valores, é necessário criar situações para reflexão coletiva, estabelecendo um projeto através do qual essa prática se contextualiza no que se ouve e no que se vê, para que a probabilidade de uma consciência crítica sobre esses valores aumente.


Grupo de seminário 4

terça-feira, 28 de junho de 2011

Projeto: Resgatando Valores na Educação

O Projeto Resgatando Valores na Educação surgiu a partir do encontro da Disciplina de Seminário 4, que ofereceu um leque de opções, através do material apresentado, vídeos, apostilas, exemplos de projetos, a fim de ampliar a reflexão do trabalho com projetos, para que a partir daí pudessemos escolher um tema a ser desenvolvido.
Assim o grupo definiu o tema como:



Resgatando Valores
Diante do contexto social em que vivemos, onde constatamos que os valores que motivam os comportamentos são regidos pelo predomínio da ideologia materialista, a distorção dos princípios humanos gerando crises, inquietação e ausência de paz; os comportamentos negativos estimulados pela mídia e a desagregação social, visualizamos uma necessidade de mudança de comportamentos e atividades, bem como uma reflexão quanto aos valores que tem permeado nossas vidas e nossa prática diária.
Sabemos que a escola é a instituição escolhida como melhor lugar para o ensino-aprendizagem dos valores, de modo a cumprir a determinação de educar para a vida em sociedade, preparando para o exercício da cidadania e qualificação para o mundo do trabalho, entretanto, o que percebemos é uma relação desarmonica, entre a escola, seus professores e seus alunos, podemos presenciar cada vez mais cenas de violência dentro das escolas, desde pequenos atos, entre colegas, até atitudes mais alarmantes como agressões físicas, ou até situações que chocam a opinião pública como a ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Estado do Rio de Janeiro. Dessa forma, nos perguntamos em que parte da história ficou parada a missão da escola de ensinar valores no sentido de desenvolvimento moral dos educandos, onde parou a educação em valores que se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, nas manifestações culturais.
É clara a necessidade de se resgatar os valores morais e culturais que parecem adormecidos ou esquecidos em prol de uma modernidade sem limites materialista que tira da criança e do jovem o direito de sonhar, ter esperança e acreditar em uma perspectiva de vida, onde haja uma convivência pacifica e harmoniosa, começando pela relação família, comunidade e escola.
Por estar inserida em determinada comunidade, a escola traz para o seu interior os conflitos, as aflições e as mais diversas demandas comunitárias que levam professores, alunos e gestores escolares a criarem espaços, em seus projetos pedagógicos, para que as crianças e adolescentes possam ter seus anseios e necessidades levados em conta , discutindo e opinando sobre suas inquietações e aspirações pessoais e coletivas, e são unânimes em perceber que o ensino da solidariedade e da ética e a prática de atitudes e valores dão verdadeiro sentido à família e justificam a plenitude da escola.

Roteiro de Trabalho

  • Debate sobre conhecimentos prévios 
  • Pesquisa em livros,revistas,internet, etc.
  • Elaboração de questionários
  • Entrevistas com professores, alunos e responsáveis
  • Análise das respostas
  • Depoimentos 

Por Rosana Vilasboa